quarta-feira, 19 de outubro de 2022

O Conservatório de Música como organização

Esta intervenção apresenta uma perspetiva do Conservatório de Música como organização social, cultural e artística complexa situado entre diferentes mundos, modos de pensar e de agir. Neste caso, e partindo da sociologia das organizações e dos estudos políticos, situo o Conservatório entre uma perspetiva burocrática e pós burocrática, e uma organização profissional e uma organização em rede

domingo, 3 de julho de 2022

Da aprendizagem coletiva de instrumentos e da ecologia da ação artística...

As artes em geral e a música em particular, têm vindo a assumir papéis diferenciados na reconfiguração das identidades de públicos vulneráveis mobilizando modalidades e processos participativos e criativos em que as crianças, os jovens e os adultos não são meros agentes passivos, mas ocupam uma centralidade na co-construção do trabalho artístico e formativo. À aprendizagem individual de um instrumento, dominante no sistema educativo português, contrapõe-se a aprendizagem coletiva que questiona não só várias dimensões políticas, artísticas, técnicas e sociais da educação musical com também abre perspetivas de reflexão mais consentâneos com as complexidades, ambiguidades e incertezas das sociedades contemporâneas e que exigem à educação, e em particular à educação artística e musical, outros olhares teóricos e práticos que fomentem as práticas musicais nos interior das escolas (Barret & Webster, 2014, Joly & Joly, 2011, Mota & Lopes, 2017) . Neste contexto, o projeto “Outras bandas – Instrumentos de Inclusão” é um projeto de intervenção e de investigação, promovido pela Câmara Municipal de Almada, em que se criaram um conjunto de cinco agrupamentos de sopros em Agrupamentos de Escolas do concelho de Almada, e que procurou, através da aprendizagem coletiva de instrumentos e de práticas musicais de conjunto e colaborativas, contribuir para a reconstrução das identidades de crianças e jovens, entre os 10-15 anos, oriundos de contextos desfavorecidos e com problemas ao nível do sucesso escolar e da sua (re)ligação com os saberes. Assim, partindo deste projeto e da análise de um conjunto diversificado de material, esta comunicação tem um duplo objetivo. Por um lado, problematizar a aprendizagem coletiva de instrumentos e das práticas musicais coletivas como modalidades possíveis na reconfiguração da música no interior das escolas e do reolhar para os desafios que se colocam à Educação Musical e, por outro, discutir teórica e politicamente o que designo por “uma ecologia de ação artístico-musical” em que, mobilizando conceitos de diferentes geografias académicas e intelectuais, procuro defender a ideia de que a reconfiguração das práticas musicais no interior das escolas assenta num outro quadro paradigmático baseado na existência de narrativas e ideias partilhadas e na reciprocidade cooperativa e colaborativa entre os diferentes tipos de comunidades de práticas artísticas e musicais (Vasconcelos, 2004; Wenger, 2016). Comunicação apresentada na Conferência Internacional CIPEM 2019 “Desafios em Educação Musical", em 19 setembro 2019.

terça-feira, 3 de maio de 2022

Aprendizagens baseadas nas criatividades: re-imaginando mundos na construção de um otimismo crítico e transformador

 


Esta comunicação, inscrita num projeto de investigação mais vasto relacionado com aprendizagens baseadas nas criatividades, procura por um lado dar conta das problemáticas e dos desafios que foram colocados pela pandemia a uma disciplina artística essencialmente prática bem como os modos como se procurou responder a essa praticidade e às perceções dos estudantes e, por outro, apresentar e discutir um conjunto de implicações que poderão contribuir para ajudar a re-imaginar os mundos, reais e imaginários, uma vez que as ambiguidades e problemas, de natureza técnica e concetual, conduziram à emergência de modos de experimentação de processos e de procedimentos que vieram acentuar a necessidade de repensar não só a colaboração e a interdependência entre diferentes atores, tecnologias e pedagogias, como também a abertura a outras possibilidades de futuro questionando os modos convencionais e imaginando um ecossistema formativo centrado na aprendizagem do que não se conhece, mais criativo e com maior conetividade entre saberes, técnicas, estéticas, estudante e comunidades possibilitador da construção de presentes e de futuros promotores de um otimismo crítico ativo, transformador e voluntarista.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

As Artes, as Crianças e a Construção de uma Cidadania Cosmopolita

Partindo de uma investigação sobre as atividades “Festival Sementes - Mostra Internacional de Artes para o Pequeno Público”, realizado em Almada em outros concelhos desde 1996, e através da análise de conteúdo de todos os programas do festival, de um conjunto de depoimentos e de reportagens publicadas na imprensa, de um conjunto alargado de fotografias, procuro defender a ideia de que a intervenção pelas artes, diferenciada, exigente e plural, potencia conexões, imaginações e criatividades e, por esta via, contribui para a construção de uma cidadania mais cosmopolita. Foi uma comunicação apresentada no XVIII Colóquio da AFIRSE realizado em janeiro de 2021. Desta comunicação resultou um texto publicado nas atas do colóquio.


terça-feira, 1 de março de 2022

Música, Emoções e Bem-Estar: o Projeto Recriar-se e as pessoas em situação de sem abrigo


O projeto artístico e social “Recriar-se”, criado em 2014 e desenvolvido na Cáritas Diocesana de Setúbal em parceria com o Instituto Politécnico de Setúbal, é um projeto de capacitação singular envolvendo a música, a fotografia e as artes visuais em que, através de processos colaborativos, se procura reconstruir percursos de vida criando condições para o empoderamento e inclusão dos participantes, homens e mulheres em situações de sem abrigo. Neste contexto, esta comunicação pretende apresentar os resultados preliminares de uma investigação em curso sobre a relação entre a música, a inclusão social, emoções, saúde e o bem-estar, tendo como objeto empírico o “Recriar-se” e como objetivo principal perceber como é percecionada e apropriada, por parte de sujeitos a sua participação num projeto artístico-musical e quais as estratégias e práticas artísticas que contribuem para os processos de empoderamento, inserção social e bem-estar dos atores.